quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um equívoco cruel

 



Assumir o ateísmo em uma sociedade predominantemente religiosa é uma atitude que requer coragem e maturidade intelectual para lidar com a enorme carga de preconceito que esse posicionamento desperta.
Quero chamar a atenção para a acusação absurda e infundada de que nós ateus somos pessoas imorais e anti-éticas.
Este é um preconceito que vem sendo propagado a mais de dois mil anos pelas religiões abraâmicas e, apesar de vivermos hoje em um mundo mais secularizado, este preconceito continua vivo, sobretudo, sob a ótica do fundamentalismo religioso. Teístas, em geral, não conseguem entender como alguém pode viver sem deus, sem um ser superior para lhes indicar os caminhos certos. Pensando desta forma cometem o erro de colocar a moralidade sobre os domínios exclusivos da religião.
A descrença é um comportamento legítimo diante de qualquer hipótese para a qual não existem evidências, então, o ateísmo é a simples falta de crença em divindades. Não existe uma filosofia, um código moral, um conjunto de regras, que os ateus devem seguir.
Acusar uma pessoa de imoral somente por ela ser ateia é um ato cruel e preconceituoso. Existem ateus neoliberais, comunistas, direitistas, esquerdistas, vegetarianos e não vegetarianos, morais e imorais, como também existem teístas. Crer ou não crer em divindades  não torna alguém melhor ou pior.
Para além desse equívoco, é só uma questão de bom senso, reconhecer que indivíduos ateus contribuíram e contribuem para o desenvolvimento da humanidade em diversas áreas do conhecimento.
Portanto, devemos estar sempre atentos para mostrar a falácia desta acusação.
Não podemos deixar que preconceitos como esse manche nossa sociedade. O fundamentalismo religioso é um mal que precisa ser banido da face da terra.

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