domingo, 24 de abril de 2011

Humildade para Aceitar.


Somos poeira na imensidão do universo...

Não adianta se revoltar, não adianta sair por aí criando filosofias e mais filosofias que colocam o ser humano em um status de importância perante o universo, criando todos os tipos de religiões numa busca desesperada de por sentido na existência. A vida, por mais angustiante que possa parecer, não tem sentido. Somos produtos da evolução, desenvolvemos inteligência, criamos cultura, temos a capacidade de refletir sobre nossa própria existência e isso é incrível, mas não há nada, uma única evidência científica, que aponte para a idéia de que a vida tem um sentido. Isso é triste? É absurdo? É sim. Mas isso é o que parece ser mais plausível. Isso é o que é e não o que a gente quer que seja. 

Aceitar isso requer humildade.



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Os Super Poderes do Padre Marcelo Rossi... Será?

As páginas amarelas da revista Veja desta semana trazem uma  entrevista com o famoso padre Marcelo Rossi. Um determinado trecho da entrevista chamou muito minha atenção pelo absurdo do seu conteúdo.

O padre Marcelo afirma que consegue prever o sexo de um bebê apenas tocando a mãe e que, às vezes, também consegue saber um pecado antes que o fiel o revele. 

Mesmos as pessoas religiosas mais informadas e mais inteligentes não vêem nada de estranho em afirmações como essas e encaram com extrema naturalidade a suposta existência do “sobrenatural”.

Para nós, ateus, afirmações como as do padre Marcelo Rossi nos soa totalmente ridículas. Veja bem: Ele está afirmando de forma simples e com uma convicção absurda que possui super poderes, aquilo que tenho plena certeza, só existe no mundo da ficção. Não consigo encontrar outra forma de analisar essa questão. Ele está mentindo! Se alguém discorda de mim, por favor, me mostre provas de que existe algum ser humano capaz de prever o futuro. Eu juro que eu seria o primeiro a sair por aí espalhando a boa nova pois os céticos são os que mais anseiam pela existência de algo além do natural, daí vem sua extrema insistência na veracidade das provas.

Tudo que existe são afirmações anedóticas que “desde que o mundo é mundo” nunca foram comprovadas.

Entendo o fascínio que a possibilidade do sobrenatural causou e causa em várias mentes, mas isso só mostra que nós seres humanos somos dualistas e místicos por natureza, um aspecto que por algum motivo ligado a nossa sobrevivência  permanece até hoje.

Acredito que um novo tipo de ser humano está se desenvolvendo: Um ser humano que sabe como o universo surgiu, como a vida surgiu,  que sabe que somos feitos de poeira estelar e que mesmo assim, ainda tem muito que entender sobre a sua existência, mas que sabe que mesmos diante do absurdo da vida não precisa mais recorrer a infantilidade do pensamento religioso.

Um novo tempo... Um tempo em que absurdos como os supostos super poderes do padre Marcelo Rossi serão vistos com tanta descrença como os incríveis poderes do  Superman, Homem Aranha... 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Meu abraço, meu ombro amigo!


Hoje, um crime bárbaro chocou o Brasil e o mundo. Um louco, psicopata, assassinou doze crianças e deixou varias outras feridas, em uma escola no Rio de Janeiro. Escrevo para me solidarizar com os parentes das vítimas e para exteriorizar toda revolta que tomou conta de mim diante dessa barbaridade.

Sempre que atrocidades como esta acontecem fico pensando o porquê das pessoas continuarem acreditando em Deuses.

Se existe um Deus que permite tamanha tragédia ele não pode ser bom. Não consigo entender como as pessoas ainda são capazes de inventar desculpas para inocentar o seu querido mito. (Deus).

As pessoas religiosas agradecem a Deus pelas crianças que escaparam e dizem que as outras que foram assassinadas brutalmente o foram por que esses são os planos de Deus. Como pode alguém raciocinar desta forma? Como pode a igreja permanecer com um discurso tão vazio, pregando a existência de um Deus Onipotente, Onisciente, Onipresente, diante de tamanha contradição?

Acho que um dos maiores argumentos a favor do ateísmo vem do grande filósofo da antiguidade, Epicuro.

"Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?"

Diante de tudo isso não há nada que possa ser feito. O mal é um fato e todos nós estamos propícios a ele. Vivo procurando estimular a empatia, a solidariedade, o amor. Se pudesse falar com algum parente de uma das vítimas daria a única coisa que acho possível e necessária no momento; meu abraço, meu ombro amigo...

Respostas

É difícil ser ateu na cidade “santuário”, é preciso muita coragem para encarar o batalhão de fiéis lhes condenando e criticando a todo o momento. Desde que me tornei ateu tenho enfrentado muito preconceito e a maioria das pessoas fica impressionada quando descobre que eu sou ateísta. “Você não acredita em Deus?” “Como você consegue viver?” “Você teve alguma grande decepção e por isso não acredita em Deus?”, e por aí vão. 

Para aqueles que insistem em continuar encarando a situação desta forma aqui vão as minhas respostas para suas perguntas, cujas premissas, eu tenho plena certeza, estão para lá de equivocadas.

 Você não acredita em deus?

Não é tão simples assim. Eu não acredito em nada que proponha o sobrenatural. Eis uma pequena lista:

Duendes, Fadas, Papai Noel, Espíritos, Céu, Inferno, Divindades, Demônios. Todos esses pertencem a uma mesma classe. A classe dos MITOS!

Quando você me pergunta se eu acredito em Deus, na realidade você quer saber se eu acredito no Deus Judaico-Cristão. Eu só não creio em um deus a menos que você. Você, cristão, não crê em todos os Deuses Gregos, Hindus, Maias... Você tem certeza que o seu Deus é o verdadeiro, eles também tem a mesma convicção com os Deuses deles. Como você sabe que não está adorando o Deus errado?

Vocês que têm a plena certeza que seu deus existe, freqüentam seus cultos, missas, adoram, pedem milagres, só agem desta forma porque a cultura na qual vocês foram educados, doutrinados, lhes exige que assim o façam.

Como você consegue viver?

Vivo sabendo que estou enquadrado dentro das mesmas possibilidades que todos estão. Posso ganhar e perder. Existe a possibilidade de eu morrer logo cedo, vítima de um acidente ou chegar aos cem anos de idade. Posso ter filhos que me decepcionem ou filhos que me dêem orgulho. Isso é a vida.

Nas horas difíceis tenho minha família, meus amigos, minha namorada, a música, os livros e acho que é bem mais digno encarar os problemas da vida com sobriedade ao invés de se apegar a mitos e a uma coisa que vocês costumam chamar de fé, que nada mais é do que uma grande vontade e desejo de que as coisas aconteçam segundo a nossa vontade.

Você teve alguma grande decepção e por isso não acredita em Deus?

É horrível ter que ver as pessoas te olhando com pena, como se você estivesse triste. Eu não estou triste, eu não estou depressivo. Sou um cara de bem com a vida. Na verdade nunca estive tão bem como estou agora. E essa pergunta não faz sentido, pois pessoas não se tornam ateias por causa de decepções na vida. Quando assim as coisas acontecem existe aí uma posição que não é ateísmo, isso nada mais é do que raiva do seu próprio deus e essa situação logo muda quando uma coisa boa acontece na vida dessas pessoas.

Cheguei ao ateísmo através do estudo e da reflexão. Se vocês começassem a questionar as suas crenças e a utilizar o pensamento crítico para chegar mais perto do que é a realidade, logo veriam que a crença em Deuses não passa de uma grande ilusão.